terça-feira, 26 de agosto de 2014

Falso Brilhante





FALSO BRILHANTE, o espetáculo colorido, caminha para seu quadragésimo aniversário. Desde o ano de 1972 que Elis Regina foi acrescentando ao seu trabalho grandes nomes da MPB e dando um brilho maior naquilo que sabia fazer melhor: cantar. Ela sabia mesmo batear pedras em garimpo, até encontrar o verdadeiro brilhante: uma exímia caçadora de canções. O repertório que passou por Chico Buarque, Caetano Veloso, Bosco/Blanc e Belchior, Falso Brilhante rememorou alguns nomes latinos, como Atahualpa Yupanqui e Violeta Parra. Contudo, o show dialogou com perspectiva crítica e filosófica quando cantava Belchior, João Bosco/Aldir Blanc. "Gracias a la vida" e "Como nossos pais" foram ícones naquelas apresentações no Teatro Bandeirantes, em São Paulo.  Homenageados foram Carlos Gomes, em O Guarani; Carmem Miranda (o vestido, os balangandãs e cantando "Diz que tem"); Jesus Cristo (braços dependurados num balanço, o pescoço inclinado e cantando "Glória, Glória Aleluia"); Dom Quixote de La Mancha (o chapéu, a música...). Até o palhaço Cascão foi chamado ao palco, este surgiu de um enorme bolo cenográfico. Falso Brilhante, o show, era uma retrospectiva da carreira da artista, que começou a soltar a voz no Clube do Guri, passou de relance pelo Beco das Garrafas-RJ e nunca mais parou de cantar. Cantando "No dia em que eu vim embora" (Caetano Veloso), entra em cena uma "mala de couro, pano forte, brim cáqui"... Gingantescos e feios eram os bonecos que ela abraçava, os quais representavam a asfixia dos dias.  Na velocidade de cantar Elis atropelou os desafios com voracidade. O show seguia em alto pique: o maior acontecimento cultural do ano, uma superprodução e um superfaturamento jamais vistos na história do meio artístico deste país. Em meio à explosão de Falso Brilhante deu-se a gravação do long play, este que contém algumas das músicas que compõem a íntegra do show, o qual fora desmontado no fim de uma apresentação e transportado para o Rio de Janeiro, na certeza de que todos estariam de volta na noite seguinte. E lá se foi o caminhão com toda a troçada... o dia inteiro gravando, missão cumprida: é o disco mais importante de sua carreira. A canção histórica é Fascinação/Fascination (F.D.Marchetti, versão de Armando Louzada),  contra à popularidade de "Como nossos pais"; no entanto, as duas são as mais tocadas em emissoras de rádio FM do país.


'GLORIA, GLÓRIA ALELUIA'


2 comentários:

  1. EU ASSISTI ESSE SHOW NO TEATRO BANDEIRANTES, DUAS VEZES.
    FOI DEMAIS. TENHO MUITA SAUDADE.
    PARABÉNS POR REVIVER ESSAS LEMBRANÇAS.

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  2. Neli, querida, muito bom te encontrar no blog. Eu tenho aquela caixa/box que tem o registro de Falso Brilhante, muito bonito todo aquele brilho, emocionante. Grato pela visita

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