FALSO BRILHANTE, o espetáculo colorido, caminha para seu quadragésimo
aniversário. Desde o ano de 1972 que Elis
Regina foi acrescentando ao seu trabalho grandes nomes da MPB e dando um
brilho maior naquilo que sabia fazer melhor: cantar. Ela sabia mesmo batear pedras em garimpo, até encontrar o verdadeiro brilhante: uma exímia caçadora de canções. O repertório que
passou por Chico Buarque, Caetano Veloso, Bosco/Blanc e Belchior, Falso
Brilhante rememorou alguns nomes latinos, como Atahualpa Yupanqui e Violeta
Parra. Contudo, o show dialogou com perspectiva crítica e filosófica
quando cantava Belchior, João Bosco/Aldir Blanc. "Gracias a la vida" e "Como nossos pais" foram
ícones naquelas apresentações no Teatro Bandeirantes, em São Paulo. Homenageados foram Carlos Gomes, em O Guarani; Carmem Miranda
(o vestido, os balangandãs e cantando "Diz que tem"); Jesus Cristo (braços dependurados num balanço, o pescoço inclinado e cantando "Glória, Glória
Aleluia"); Dom Quixote de La Mancha
(o chapéu, a música...). Até o palhaço Cascão foi chamado ao palco, este surgiu de
um enorme bolo cenográfico. Falso Brilhante, o show, era uma retrospectiva da carreira da
artista, que começou a soltar a voz no Clube do Guri, passou de relance pelo Beco das Garrafas-RJ e nunca mais parou de cantar. Cantando "No dia em que eu vim embora" (Caetano Veloso), entra em cena uma "mala de couro, pano forte, brim cáqui"... Gingantescos e feios
eram os bonecos que ela abraçava, os quais representavam a asfixia dos dias. Na velocidade de cantar Elis atropelou os desafios com voracidade. O show seguia em alto pique: o maior acontecimento cultural do ano, uma superprodução e um superfaturamento jamais vistos na história do meio artístico deste país. Em meio à explosão de Falso Brilhante deu-se a gravação do long play, este que contém algumas das músicas que
compõem a íntegra do show, o qual fora desmontado no fim de uma apresentação e
transportado para o Rio de Janeiro, na certeza de que todos estariam de volta
na noite seguinte. E lá se foi o caminhão com toda a troçada... o dia inteiro
gravando, missão cumprida: é o disco mais importante de sua carreira. A canção
histórica é Fascinação/Fascination (F.D.Marchetti, versão de Armando Louzada), contra à popularidade de
"Como nossos pais"; no entanto, as duas são as mais tocadas em
emissoras de rádio FM do país.
'GLORIA, GLÓRIA ALELUIA'
EU ASSISTI ESSE SHOW NO TEATRO BANDEIRANTES, DUAS VEZES.
ResponderExcluirFOI DEMAIS. TENHO MUITA SAUDADE.
PARABÉNS POR REVIVER ESSAS LEMBRANÇAS.
Neli, querida, muito bom te encontrar no blog. Eu tenho aquela caixa/box que tem o registro de Falso Brilhante, muito bonito todo aquele brilho, emocionante. Grato pela visita
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