sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

quarta-feira, 27 de agosto de 2014


TV Italiana



Elis Regina canta pout-pourri nos palcos laminados/iluminados da TV Italiana / RAI. A apresentação começa com o agitado Upa Neguinho (G. Guarnieri e Edu Lobo) - sucesso de sucessivas idas à Europa, passando pelos palcos de Cannes e do Olympia de Paris, ao lado do Bossa Jazz Trio. A performance de Elis é muito envolvente, passando por How Insensative, encerrando com Barquinho (Menescal e Bôscolli). Nunca se viu tamanha expressão cênica em coesão com a câmera. Muita segurança musical coreografada, domínio total em cada gesto, um jogo de habilidades; sempre pensando nos interlocutores. O corpo que dança, fala. A voz firme e límpida, pode variar de tom em "Se você pensa", mas, indiscutivelmente, um precioso instrumento. Uma Elis quase que flutuante naquele chão de prata em meio às ovações da plateia, onde a orquestra é ritmada e jazzística. Elis é a dona da voz (como Sinatra); afinadíssima, maestrina de si. 

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Falso Brilhante





FALSO BRILHANTE, o espetáculo colorido, caminha para seu quadragésimo aniversário. Desde o ano de 1972 que Elis Regina foi acrescentando ao seu trabalho grandes nomes da MPB e dando um brilho maior naquilo que sabia fazer melhor: cantar. Ela sabia mesmo batear pedras em garimpo, até encontrar o verdadeiro brilhante: uma exímia caçadora de canções. O repertório que passou por Chico Buarque, Caetano Veloso, Bosco/Blanc e Belchior, Falso Brilhante rememorou alguns nomes latinos, como Atahualpa Yupanqui e Violeta Parra. Contudo, o show dialogou com perspectiva crítica e filosófica quando cantava Belchior, João Bosco/Aldir Blanc. "Gracias a la vida" e "Como nossos pais" foram ícones naquelas apresentações no Teatro Bandeirantes, em São Paulo.  Homenageados foram Carlos Gomes, em O Guarani; Carmem Miranda (o vestido, os balangandãs e cantando "Diz que tem"); Jesus Cristo (braços dependurados num balanço, o pescoço inclinado e cantando "Glória, Glória Aleluia"); Dom Quixote de La Mancha (o chapéu, a música...). Até o palhaço Cascão foi chamado ao palco, este surgiu de um enorme bolo cenográfico. Falso Brilhante, o show, era uma retrospectiva da carreira da artista, que começou a soltar a voz no Clube do Guri, passou de relance pelo Beco das Garrafas-RJ e nunca mais parou de cantar. Cantando "No dia em que eu vim embora" (Caetano Veloso), entra em cena uma "mala de couro, pano forte, brim cáqui"... Gingantescos e feios eram os bonecos que ela abraçava, os quais representavam a asfixia dos dias.  Na velocidade de cantar Elis atropelou os desafios com voracidade. O show seguia em alto pique: o maior acontecimento cultural do ano, uma superprodução e um superfaturamento jamais vistos na história do meio artístico deste país. Em meio à explosão de Falso Brilhante deu-se a gravação do long play, este que contém algumas das músicas que compõem a íntegra do show, o qual fora desmontado no fim de uma apresentação e transportado para o Rio de Janeiro, na certeza de que todos estariam de volta na noite seguinte. E lá se foi o caminhão com toda a troçada... o dia inteiro gravando, missão cumprida: é o disco mais importante de sua carreira. A canção histórica é Fascinação/Fascination (F.D.Marchetti, versão de Armando Louzada),  contra à popularidade de "Como nossos pais"; no entanto, as duas são as mais tocadas em emissoras de rádio FM do país.


'GLORIA, GLÓRIA ALELUIA'


sexta-feira, 21 de março de 2014

ELIS REGINA - SHOW TRANSVERSAL DO TEMPO COMPLETO - RARIDADE

Eu não conhecia bem a história do show Transversal do Tempo, quando eu cruzei o portão lateral do Teatro Ginástico-RJ, como convidado da atriz principal Márcia Albuquerque. Assisti a um lindo musical onde também tinha o brilho de Sidney Magal, meu ídolo dos anos 70. Depois da peça cruzei o palco e fui levado ao camarim do astro, super gentil. E ali, naquele palco, foi gravado esse show. Não consegui ir a nenhum outro teatro e regressei. Parecia algo escrito, traçado, eu pisando sobre os passos de Elis Regina.